Atualmente, existem vários códigos usados em telecomunicação, mas aqui, vou apresentar aquele que foi o primeiro e que é utilizado pelo radioamadores de todo o mundo.
Trata-se do Código Morse. Neste código, cada letra do alfabeto é representado pelo tempo de duração de um sinal. Um sinal longo é o que se chama de traço (–) e o curto, ponto (•). Assim, as letras são transmitidas por traços e/ou pontos.
Tanto a transmissão como a recepção em Código Morse requer grande habilidade por parte do operador. O aprendizado deste código é indispensável ao escoteiro que deseja ingressar no radioamadorismo.
A aprendizagem do Código Morse não é difícil, mas requer constante treinamento.
No inicio do treinamento, e importante que o aprendiz interprete o som do telégrafo como se tratasse de uma linguagem, evitando pensar em função de traços e pontos. É muito útil, portanto, associar o ponto e o traço a combinação fonéticas. Assim, costuma-se atribuir ao ponto, que é um som de curta duração, a combinação "di" e ao traço, que é de duração longa, a combinação "da".
Apresento o Código Morse Internacional e as combinações fonéticas que o aluno deve associar em seu aprendizado.
Letra do Alfabeto |
Código (traço e ponto) |
Combinação Fonética |
A | • – | di da |
B | – • • • | da di di di |
C | – • – • | da di da di |
D | – • • | da di di |
E | • | di |
F | • • – • | di di da di |
G | – – • | da da di |
H | • • • • | di di di di |
I | • • | di di |
J | • – – – | di da da da |
K | – • – | da di da |
L | • – • • | di da di di |
M | – – | da da |
N | – • | da di |
O | – – – | da da da |
P | • – – • | di da da di |
Q | – – • – | da da di da |
R | • – • | di da di |
S | • • • | di di di |
T | – | da |
U | • • – | di di da |
V | • • • – | di di di da |
W | • – – | di da da |
X | – • • – | da di di da |
Y | – • – – | da di da da |
Z | – – • • | da da di di |
Algarismo | Código (traço e ponto) |
Combinação Fonética |
1 | • – – – – | di da da da da |
2 | • • – – – | di di da da da |
3 | • • • – – | di di di da da |
4 | • • • • – | di di di di da |
5 | • • • • • | di di di di di |
6 | – • • • • | da di di di di |
7 | – – • • • | da da di di di |
8 | – – – • • | da da da di di |
9 | – – – – • | da da da da di |
0 | – – – – – | da da da da da |
Sinais de Pontuação |
Código (traço e ponto) |
Combinação Fonética |
Ponto (.) | – – • • – – | da da di di da da |
Vírgula (,) | • – • – • – | di da di da di da |
Dois Pontos (:) | – – – • • • | da da da di di di |
Ponto de Interrogação (?) | • • – – • • | di di da da di di |
Apóstrofe (') | • – – – – • | di da da da da di |
Parênteses () | – • – – • – | da di da da di da |
Traço de União (-) | – • • • • – | da di di di di da |
Igual (=) | – • • • – | da di di di da |
Traço de Fração (/) | – • • – – | da di di da da |
Uma das primeiras orientações para o inicio de aprendizagem do Código Morse já está apresentado, ou seja, a de associar os pontos e traços aos sons das sílabas "da" e "di". Devemos frisar que, não é necessário, e nem conveniente, decorar os caracteres gráficos, mas saber as letras pelo som de seus sinais, de maneira semelhante àquelas em que lembramos da letra a, ao ouvir o som correspondente a esta letra.
Um segunda orientação, esta nem sempre possível, mas bastante útil, seria a de "ouvir" os caracteres transmitidos por uma pessoa que já os conheça.
No vídeo temos o som para que o leitor tenha uma noção.
A próxima orientação, sugiro a divisão do código em grupos compostos por letras e números semelhantes, estudando-os por etapas. Pode-se, por exemplo, dividir o aprendizado em 7 etapas, com os caracteres agrupados como indicado:
1° Etapa | ||
Algarismo | Código (traço e ponto) |
Combinação Fonética |
E | • | di |
A | • – | di da |
U | • • – | di di da |
V | • • • – | di di di da |
4 | • • • • – | di di di di da |
2° Etapa | ||
Algarismo | Código (traço e ponto) |
Combinação Fonética |
T | – | da |
M | – – | da da |
G | – – • | da da di |
O | – – – | da da da |
0 | – – – – – | da da da da da |
3° Etapa | ||
Algarismo | Código (traço e ponto) |
Combinação Fonética |
I | • • | di di |
S | • • • | di di di |
H | • • • • | di di di di |
5 | • • • • • | di di di di di |
P | • – – • | di da da di |
4° Etapa | ||
Algarismo | Código (traço e ponto) |
Combinação Fonética |
N | – • | da di |
R | • – • | di da di |
C | – • – • | da di da di |
Y | – • – – | da di da da |
X | – • • – | da di di da |
5° Etapa | ||
Algarismo | Código (traço e ponto) |
Combinação Fonética |
D | – • • | da di di |
Z | – – • • | da da di di |
B | – • • • | da di di di |
7 | – – • • • | da da di di di |
6 | – • • • • | da di di di di |
6° Etapa | ||
Algarismo | Código (traço e ponto) |
Combinação Fonética |
K | – • – | da di da |
Q | – – • – | da da di da |
F | • • – • | di di da di |
L | • – • • | di da di di |
W | • – – | di da da |
7° Etapa | ||
Algarismo | Código (traço e ponto) |
Combinação Fonética |
J | • – – – | di da da da |
1 | • – – – – | di da da da da |
2 | • • – – – | di di da da da |
3 | • • • – – | di di di da da |
8 | – – – • • | da da da di di |
9 | – – – – • | da da da da di |
Vídeo 5: Sons da 4° etapa.
Assim, inicia-se o aprendizado ouvindo unicamente os caracteres relativos à primeira etapa. O instrutor (se existir) se limitará exclusivamente a transmissão desses caracteres e os repetirá o número de vezes necessários para que o escoteiro consiga memorizá-los.
Em seguida, passa-se aos caracteres da segunda etapa, repedindo-se, também, o número de vezes necessário para que o aprendiz não tenha dificuldade em identificá-los.
Neste ponto é conveniente "misturar" os caracteres das etapas já estudadas, até que não ocorram dificuldades na percepção.
O escoteiro não deve tentar aprender todas as etapas de uma só vez. Isso só causa confusão. é necessário repetir uma etapa o número de vezes que for necessário para identificar perfeitamente cada letra e número, e somente depois disso, passar para a próxima etapa.
quando o escoteiro se julgar perfeitamente em condições de identificar as letras e números, então passará a transcrevê-los diretamente para uma folha de papel. è importante que se faça mentalmente e rapidamente a tradução dos sons ("didadas") para letras e/ou números, e nunca sob a forma de pontos e/ou traços.
Convém que no inicio da prática de recepção as letras sejam transmitidas em baixa velocidade, digamos de 5 a 10 palavras por minuto. Em seguida, aumenta-se a velocidade. Um bom telegrafista é capaz de receber cerca de 30 palavras por minuto, entretanto, só se atinge essa média após alguns meses de treinamento.
Adquirido prática na recepção, o escoteiro passa à fase final que é a de transmissão de palavras e números. Para isso, usará o manipulador, transmitindo inicialmente em velocidade baixa, aumentando-a paulatinamente, até atingir cerca de 30 palavras por minuto, que é uma média considerada boa.
Aliás, a única dificuldade inicial está no treinamento motor, isto é, no movimento coordenado do dedo, pois o número de "di" e "da" corresponde a cada letra aflui à memória quase que espontaneamente.
Bons estudo e boas práticas!
Fonte:
25° Apostila Curso de Eletrônica Básica, Rádio e TV - Instituto Universal Brasileiro.
Chefe Chico
Sempre Alerta!
1 comentários:
Clique aqui para comentáriosParabéns, este tema realmente é interessante, Foi desenvolvido por Samuel Morse em 1835, criador do telégrafo elétrico, dispositivo que utiliza correntes elétricas para controlar eletroímãs que atuam na emissão e na recepção de sinais, podendo ser utilizado em situações de emergencia ou de guerra, este código é essencial para navegadores. Eu estudei isso no colégio quando estudei eletronica, havia um clube de Radioamadores, era a primeira cobertura global de comunicações que se utilizava, predecessores da sistema global Web. Entendo que todos deveríamos aprender esta linguagem, pois em situações extremas este tipo de comunicação, dependendo da construção do transmissores pode ter alcance em larga escala podendo chegar até em outros países.
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